“Compreenda o Todo não apenas as partes. Se só observar as partes não entenderá o Todo.” (Damião Maximino)
Desde que me entendo por gente sempre gostei de incensos, minerais e natureza. Gostava das histórias de bruxas, índios e pretos velhos pela sabedoria dos elementos naturais que eles tinham, e ainda têm. Chás, benzeduras e simpatias faziam parte do meu cotidiano, naturalmente. Durante minha maturidade, passei por quase todas as religiões e li sobre quase todos os tipos de crenças. Fui expulso do catecismo. Abandonado pelas Testemunhas de Jeová por perguntar demais. Vai entender?! Eu entendi: perguntar demais deixa os ignorantes sem respostas. Passei então a me classificar como esotérico. Foi nessa hora que percebi que quando se tem uma cabeça aberta e um pensamento holográfico, cada verdade é uma parte de toda a verdade. Ninguém está certo nem errado. Só temos um ângulo da visão e achamos que isso é o todo, mas não é. Temos que estar atentos ao contexto em que as coisas acontecem. Na realidade, o conceito do Todo é difícil de entender, pois é abstrato, e lidamos com certa dificuldade com o que não podemos tocar. Temos a mania de separar as coisas e aprofundar nosso conhecimento sobre as partes. Pierre Weil já tentava nos alertar sobre essa fantasia da separatividade. As pessoas passaram a ser especialistas em um determinado assunto e acabam perdidas quando se vêem diante de um quadro interconectado. Aí, fazem o quê? Chamam outro especialista para dar uma segunda opinião. Perderam a percepção de que está tudo ligado e dependente. Não que estejam totalmente errados na forma de lidar com as coisas, mas devem ter uma visão mais unificada das partes. Nossos órgãos não trabalham sozinhos; nosso corpo não sintetiza todos os nutrientes necessários; a natureza, por mais incrível que seja, depende de nossa interação; a gravidade do planeta mantém o equilíbrio na terra e no sistema solar, e por aí vai. Só o fígado que interessa? Não! Ele e muito outros órgãos são importantes, mas beba moderadamente. Tudo em nosso entorno está conectado e é interdependente. Não podemos negar que existe uma energia em tudo: estar perto de algumas pessoas nos afeta; a reza/oração tem poder; um chá nos revigora; os minerais ajudam a transmutar negatividade … Então porquê ainda não agimos com responsabilidade e vemos o problema como um todo? Porque não fomos ensinados a isso! Aprendemos na escola a decorar as disciplinas e não a fazer um link integral de todo o conhecimento. E é por esse detalhe que sou apaixonado pelas bruxas, índios e pretos velhos. Eles, assim como os seguimentos religiosos orientais, já sabiam que somos parte de um todo. Não estamos separados e a energia vital está circulando em todos os espaços ditos vazios, mas que, na realidade, são férteis e é onde tudo se conecta. O paradigma holístico surgiu para dar sentido a essa visão, onde todo o universo faz parte de uma teia e cada átomo é um ponto de conexão. A visão Cartesiana deve ser abandonada urgentemente para dar espaço ao holismo. A Física Quântica vem se desenvolvendo rapidamente e mostrando que não podemos mais separar as coisas. Temos, sim, que ver o contexto do todo: espiritual, mental, físico e emocional. Sem isso, não evoluímos. Agora, mais maduro, pelo menos mais do que ontem, me classifico como um universalista de visão holística. E leiam de novo: Visão Holística. Ninguém nem qualquer coisa é holística. Pelo holismo, passa-se a pensar de forma unificada. Devemos ter uma visão integral e não separatista das coisas. O marketing holístico, às vezes, deturpa o que é essa visão integral própria do holismo. Cuidado! Se alguém te disser que só uma coisa funciona, ele estará agindo de forma cartesiana, ainda. Fuja! E não deixe de ter um cristal por perto e nem de se benzer, isso não resolve tudo mas sempre ajuda.