“Eu não procuro saber as respostas, procuro compreender as perguntas.” (Confúcio)
Sei da importância da ciência e tenho respeito pelos cientistas. Admiro a perseverança e a busca por um objetivo que eles têm. Mas algumas coisas me incomodam no meio acadêmico. Por vezes me sinto um estrangeiro ou analfabeto ao ler determinados artigos, e por outras, não entendo o real motivo da pesquisa. Uma vez perguntei a uma doutoranda se o objeto de sua tese seria devolvido à comunidade da qual ela se valeu como tubo de ensaio. A resposta foi que prepararia um “folder” com os resultados de sua análise, para a conscientização do uso de água potável pelos moradores da região. Vem cá, será que aqueles moradores vão ler aquele “folder”? Será que, com toda a rotina, o que aquela cientista determinou ser feito era realmente viável na prática da dona de casa com 5 filhos? Pois é!? Cada caso é um caso. E o caso de alguns mestrandos, doutorandos e pós PHDs é somente o prestígio da publicação. Vejo poucos realmente se importando em dar um real sentido às suas pesquisas e tornando acessível a leitura de seus “papers”. Acho que o linguajar rebuscado é realmente para peneirar o público e tornar, cada vez mais, a prática da ciência restrita a um clã. Certa vez perguntei a uma palestrante no centro espírita (eu e minhas perguntas) se a tradução dos livros não poderiam simplificar as palavras para que a leitura dos evangelhos fossem mais acessíveis. Para minha surpresa ela falou que não poderia ser feito isso, pois tinham que preservar a linguagem original e que a dificuldade de leitura se dava por uma falta de vocabulário dos leitores (com essa educação que temos é claro que o problema é esse). Ora pois, a língua é adaptável ao seu tempo e é de nossa responsabilidade letrar os próximos. Esse tipo de pensamento, ao meu ver, é retrógrado! Me valho de uma fala de Rubem Alves: “Não é o dicionário que faz a língua. É o povo.” E é para o povo que se faz ciência. O povo deve ser o beneficiário do resultado do objeto do estudo. Ou não é? Se não podemos falar a língua do povo não poderemos nos fazer entender. Eu acho que é isso mesmo que se faz. Desse jeito não se misturam os clãs e cada um fica na sua zona de conforto. E o pior disso tudo é o discurso de igualdade. Ah, vai …! Fazer diferente? Se a ciência não ousar pôr em prática a transposição didática, que é dar significado a um aprendizado/ensino, nunca vai ter o respeito de quem realmente importa: o cidadão. Na hora da luta, da vaquinha virtual e da coleta de dados sabem simplificar a comunicação, mas na hora de procurar o destino do estudo vai tudo para revistas inalcançáveis. Peço por mais respeito e acessibilidade à ciência, que tanto vem fazendo maravilhas como vem afastando as pessoas de sua compreensão. Se façam entender, esse é o primeiro passo!
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