“O que viveu mais não é aquele que viveu até uma idade avançada, mas aquele que mais sentiu a vida.” (Rousseau)
Envelhecer, de acordo com o dicionário, é tornar-se velho. Refleti bastante sobre envelhecer durante vários dias e percebi que estamos em constante processo de envelhecimento; a cada segundo que passa estamos mais velhos. Estamos envelhecendo a cada segundo que passa! A diferença é como escolhemos envelhecer – nossas escolhas diárias determinam como será o nosso “tornar-se velho”. Entreguei-me com afinco, pensando bastante sobre isso, principalmente porque acabo de completar mais um ano de vida. Perguntei-me se envelhecer equivale à maturidade, à responsabilidade,… se envelhecer é se esquecer da sua alma infantil. E a verdade é que eu não sei. Posso afirmar que já não sou a mesma que fui há um ano, e muito menos, há cinco anos. Eu cresci, amadureci, surgiram responsabilidades e eu sou grata por tudo isso. Sou grata por envelhecer, por crescer! Por isso, o modo como escolhemos envelhecer é o que faz toda a diferença. Denise Campos disse: “Já que envelhecer faz parte da vida, que isso seja de uma forma livre, leve e doce”. E é sobre isso, o modo que envelhecemos. Sei que quero estar cada vez mais saudável; quero, a cada completar de ano, me sentir realizada pessoalmente, profissionalmente, espiritualmente; quero cuidar de mim e ser sempre melhor. Maíra Lemos tem um vídeo no seu canal do youtube em que fala sobre envelhecimento. No vídeo ela entrevista várias pessoas mais velhas e cada uma delas tem uma visão sobre o envelhecer, sobre como foi envelhecer, sobre tornar-se velho. Cada um terá uma opinião singular sobre envelhecimento. Acredito que envelhecer é determinar como será sua vida, com o que você vai se importar, como você quer ser quando velho estiver, e como irá aproveitar seu tempo, pois o tempo é a única coisa que jamais poderemos ter novamente, sendo, assim, extremamente precioso. “Saber envelhecer é a grande sabedoria da vida”. (Henri Amiel) Esse vídeo sobre envelhecimento foi tão reconfortante, tão leve, livre e doce, como deve ser. Quanto mais velhos ficamos, mais adquirimos a percepção para polir a nossa vida, percebemos que determinadas situações e pessoas não valem nosso esforço, nossa saúde física e mental, nosso tempo tão precioso, pois depois de algum tempo, determinadas situações não terão importância, muitas vezes nem nos lembraremos do acontecido. Já dizia Millôr Fernandes: “Um homem começa a ficar velho quando já prefere andar só do que mal acompanhado”. De acordo com essa citação dele, quantos jovens e adultos já não são velhos? Deus, se for assim, eu sou e sou feliz por isso! Oswald de Andrade disse: “Senhor / Que eu não fique nunca / Como esse velho inglês / Aí do lado / Que dorme numa cadeira / À espera de visitas que não vêm”. É preciso saber que não se deve esperar o envelhecimento chegar, e sim viver, viver da melhor maneira que consiga; é ter consciência que chegará um dia em que os momentos se tornarão lembranças – lembranças que encherão o peito de saudade e os olhos de memórias. A vida está a passar, a acontecer, independe se queremos ou não. Então viva, envelheça vivendo cada dia da melhor forma possível, não se preocupe com coisas insignificantes, sinta as pequenas coisas, ande descalço, tome banho de chuva, dance, cante, faça algo que nunca fez antes, viva, viva antes que chegue o momento de vasculhar as memórias atrás de grandes momentos e nada ter. Quando fechar meus olhos quero me teletransportar para todos os momentos que foram únicos, que tiraram meu fôlego. A vida é feita de momentos que tiram nosso fôlego, que nos deixam sem palavras, fazendo-nos sentir na pele cada um deles.
Autora: Brenda Freitas
Autores citados: Rousseau, Denise Campos, Maíra Lemos, Henri Amiel, Millôr Fernandes, Oswald de Andrade