“Quem é carioca da gema faz uma clara dos ovos, joga no asfalto e sobrevive com o omelete.” (Leonardo Campos)
A Cidade do Rio de Janeiro, sem sombra de dúvidas, é uma das mais belas do mundo (e não sou o único a dizer isso). Por sua geografia e flora, o Rio encanta quem aqui chega. Os pontos turísticos, mesmo sem os devidos cuidados, ainda tiram o fôlego. E por ter sido a capital do país, ainda preserva uma pompa arquitetônica, mesmo que em decadência. Muitos fazem daqui o seu lar e outros ficam com saudades eternas, tornando os calçadões destino certo de suas férias. Para bater no peito e dizer que se é carioca da gema é preciso ter nascido e estar morando na cidade maravilhosa; vale lembrar que isso não é uma regra. Muito gringo falando enrolado, e sem o típico sotaque “carioquex”, se diz da gema e não se pode duvidar! O amor, quando bate, fica! Os bares com suas cervejas geladas, as rodas de samba em qualquer lugar, o funk das favelas, o biscoito Globo com Mate nas praias, andar de bermuda, chinelo e camiseta no shopping… Tudo isso compõe o carioca, e, se você se identifica com algum desses exemplos, mude de cidade, se não morar aqui, valeu? Problemas? Todo lugar tem! Violência? Faça um teste e dê mole em Paris. Temos que criticar sim, mas não é desse jeito que se resolvem as coisas por aqui. Adoramos um protesto na Cinelândia, uma caminhada na orla de Copacabana, iluminar o Cristo Redentor com a cor do mês… Isso é lindo, mas não é tudo! Nossos cofres são devastados a cada eleição, e a culpa é de cada cidadão que não se conscientiza de que as ervas daninhas não se encontram só no seu jardim. Cada um fazendo sua parte, a cidade conseguiria respirar e atrair mais passarinhos. É uma pena, sim, que o custo de vida tenha aumentado absurdamente e que o metro quadrado esteja superfaturado. Mas quem é da gema faz uma clara dos ovos, joga no asfalto e sobrevive com o omelete. Acho que o jeitinho brasileiro nasceu aqui no Rio de Janeiro. A malandragem não está só em se dar bem – claro que tem muitos por aqui, mas está na arte de matar um leão por dia – essa expressão não é mais politicamente correta, viu? Estamos divididos por zonas, zona norte, zona sul…, mas quando o bicho pega todo mundo fica junto e misturado, bebendo água da Cedae – quer mais união que essa? Vamos continuar sendo o exemplo do politicamente incorreto e da falta de etiqueta, mas te prometo que sempre terá um prato de feijão e uma porta aberta para qualquer um que chegar, seja com um pagode rolando em um fundo de quintal qualquer, um churrasco na brasa, uma cadeira de sol na laje ou um lual na praia, todo mundo é bem vindo! Ops, estamos em pandemia! Faça sua quarentena, use máscara e volte logo. Isso tudo que eu disse estará te esperando em breve.