Esta obra, do romancista e dramaturgo francês Eric-Emmanuel Schmitt, tem a ousadia de questionar o que se passou com Pôncio Pilatos após a crucificação de Jesus Cristo. Nesta trama é mostrado como o desaparecimento do corpo do filho de Deus ainda rende uma história diferente daquela que é narrada na Bíblia. O autor apresenta o outro lado do mais julgado e criticado personagem da história da humanidade – Pôncio Pilatos. Mas qual o real papel de Pilatos? Um lado que mostra as angústias daquele que é considerado o carrasco de Jesus, analisando e nos fazendo perceber o seu lado humano, ao mesmo tempo racional e apaixonado pela família. Um homem romano em uma terra (Israel) de hábitos, costumes e crenças tão distintas de Roma. Um homem que representava o Estado (César). Um homem que via Jesus como um Mago (estudioso), da qual sua mulher se fez seguidora. A obra não faz de Pilatos um herói e de Jesus um vilão, mas explora um outro lado. O quanto Pilatos não foi usado pelos fariseus e doutores da lei para a condenação de Jesus? O quanto Pilatos não serviu para esconder os verdadeiros conspiradores contra Cristo e seus interesses mundanos? Uma reflexão sobre o uso do Estado pelos fanáticos, para obtenção de ganhos ou monopólio da fé sob o pretexto de amor a Deus.