“A falta de personalidade própria leva à imitação; e às dívidas.” (Leonardo Campos)
Vivemos em um mundo capitalista que valoriza o status, gerando futilidades; e seres fúteis. Vemos a cada dia crescer o número de “influencers” que só influenciam ao vazio. Sorrisos, viagens, pratos caros e jóias. A falta de personalidade própria leva à imitação; e às dívidas. O pior de tudo é quando, por se acharem superiores, criam uma pose altiva de um patamar com teto de vidro. Ao menor movimento de credores esse teto estilhaça. Quando não, ficam sozinhas e amarguradas; inalcançáveis. Mesmo aqueles com poder aquisitivo, para bancar a pose com um carro do ano, IPTU estratosférico e um closet de dar inveja, acabam solitários, rodeados na festa por sanguessugas. Não se misturam com os empregados, não frequentam determinados bairros e muito menos se preocupam com assalariados. “Gente grande de verdade sabe que é pequena e por isso cresce. Gente muito pequena acha que já é grande e a única maneira dela crescer é se ela abaixar outra pessoa.“ (Mário Sérgio Cortella) Não entendo a necessidade de um relógio de brilhantes se todos apontam o mesmo horário. Fico me perguntando que festa é mais animada: um churrasquinho no fundo do quintal ou no salão presidencial de um grande hotel? (Só conheço uma delas, por isso a dúvida). A academia só pode ser aquela, o colégio dos filhos só pode ser aquele, tem que frequentar o mesmo clube da galera, a boate tem que ser a do momento… e por aí vai. Fico mais assustado ainda quando vejo padrões na rua: mesmos cabelos, mesmas roupas, mesma marca, mesmas cores ditadas pela moda, mesmos comportamentos… Me dá medo! Quanta gente igual, no automático. Todos com a necessidade de serem iguais mas melhores. Como pode? Só me vem uma explicação: seus ídolos já não são mais os mesmos. Quem serve hoje de inspiração? Jogadores de futebol? MCs? Youtubers? Sim! Eles são patrocinados para que a massa reaja e compre um ideal (nem todos, mas a maioria). E o que a massa faz? Segue. Nada contra (mentira). Sou de um tempo e de uma galera que valoriza a individualidade. Quanto mais misto for o meu círculo, mais eu me divirto e sou feliz. Ninguém querendo ser nem ter o melhor para se mostrar, mas querendo ser e ter o melhor para si mesmo, e todos torcendo juntos para o sucesso de cada um e ponto. Os conselhos são sempre de graça para o desenvolvimento dos amigos; sem merchandising. Um dia comemos hambúrguer e no outro bebemos vinho rosé. Juntos e misturados. Sem pose nem necessidade de se autoafirmar (nem todos, mas somos amigos). É essa diferença que me incomoda. Quero amar pelo que se é e não pelo que se aparenta ser. Quero ver as crianças crescerem em um ambiente diverso e não replicante. Quero me inspirar em atitudes humanas e não em quem não repete roupas. Espero um dia ver cores e estilos diferentes ao andar pela rua e achar isso o máximo! Ninguém igual, todos diferentes. É assim que somos. E quando vir alguém com pose, que seja Vogue.