“A consciência é uma pequena lanterna que a solidão acende à noite.” (Madame de Staël)
Desde cedo aprendemos que o homem é um ser gregário. Nos acostumamos, pelo aprendizado e pela prática, que o homem necessita viver em sociedade. José Ortega y Gasset diz que “civilização é, antes de mais nada, vontade de convivência”. E o ditado popular judeu informa que “o bem-estar na vida obtém-se com o aperfeiçoamento da convivência entre os homens”. Não há do que discordar. Mas e quando ocorrem momentos de solidão? Sejam eles voluntários ou não! Infelizmente, somos ensinados a viver em sociedade (regras sociais, moral, bons costumes, …), mas não recebemos aprendizados para conviver com a solidão. Será que a solidão é ruim ou sempre ruim? Não! Para Schopenhauer: “A solidão é a sorte de todos os espíritos excepcionais.”. Aqui, não farei diferença entre solitude e solidão, pois enquanto palavras do vernáculo, são substantivos sinônimos, e eventuais avaliações distintivas enquanto emoções positivas ou negativas, estas ficam no campo da especulação. A solidão é um estado necessário por vezes. Como vivemos em sociedade, em alguns momentos acabamos nos pautando pelas expectativas dos outros, dos desejos ou comportamentos dos outros. Essa é a hora mágica da solidão, na qual nos permitimos nos ver sem julgamentos e cobranças alheias. Um momento para avaliarmos o quanto ainda somos nós ou se somos os outros. Paul Valéry fala que “há momentos infelizes em que a solidão e o silêncio se tornam meios de liberdade.” Mas nem precisam ser momentos infelizes; basta serem os momentos necessários para autorreflexão, autoconhecimento e autoavaliação crítica de si mesmo. Talvez seja essa uma grande oportunidade para o autoconhecimento; o momento da nossa real consciência. Se a regra é o convívio, a exceção pela solidão será revigoradora. “Solidão: um lugar bom de visitar uma vez ou outra, mas ruim de adotar como morada.” (Josh Billings) Fernando Sabino, com sua inigualável percepção das coisas, ensina que “… a convivência é feita também de silêncio, e distância.” Então, por que se tem tanto medo ou pavor da solidão? Pois vemos sempre a solidão como abandono. Solidão não é carência. Pode ser! E será, quando essa solidão for fruto de não sabermos ou conseguirmos conviver. Mesmo no mais perfeito relacionamento amoroso, onde a convivência é plena, o momento de solidão, para reflexão, é necessário, sob pena de se transformar em rotina, chatice, nulidade, perda de individualidade, … Ou seja, tudo aquilo que mina e destrói o amor. Precisamos, então, cultuar a convivência pelo respeito, integridade, honestidade, diversidade, …, mas também precisamos entender a necessidade dos momentos de solidão, para que, reflexão e consciência, nos encaminhem para a boa convivência. Lembrando um pouco a visão das filosofias orientais, convivência e solidão não estão separadas, ainda que sejam distintas uma da outra. Quando aprendemos a conviver bem, fazendo exercícios de autoconhecimento e correção, pelos momentos de solidão, estamos mais próximos da vida boa. “Uma vida boa é aquela inspirada pelo amor e guiada pelo conhecimento.” (Bertrand Russell)
Tudo na vida é questão de equilíbrio!
Eu gosto de ficar sozinha muitas vezes, para poder refletir , fazer o que gosto e rever posições tomadas
Não obstante, ter ao meu lado, pessoas que me fazem bem é muito prazeiroso e necessário
Se conseguirmos atingir essa alternância na vida , com certeza obteremos uma melhor qualidade na nossa maneira de ser
Tudo na vida é questão de equilíbrio!
Eu gosto de ficar sozinha muitas vezes, para poder refletir , fazer o que gosto e rever posições tomadas
Não obstante, ter ao meu lado, pessoas que me fazem bem é muito prazeiroso e necessário
Se conseguirmos atingir essa alternância na vida , com certeza obteremos uma melhor qualidade na nossa maneira de ser
Você tem toda razão, Maria! O equilibrio é a base de tudo. Obrigada pela sua participação e, continue nos seguindo.