Michael Haneke é um diretor conhecido pela crueza de seus filmes e pelo incômodo que por vezes causa no espectador. Neste filme (“Amour”) de 2012, o diretor expressa sua visão intimista do tema. Haneke acredita que na adversidade se tem a grande prova do amor. O filme transcorre acompanhando a trajetória de vida do casal formado por Georges (Jean-Louis Trintignant) e Anne (Emmanuelle Riva), um casal de aposentados apaixonados por música, cuja filha musicista vive em outro país. Com o adoecimento de Anne, o casal de idosos passa por graves obstáculos que colocarão o seu amor em teste. O filme leva a um desfecho inusitado, mas no seu decorrer não se pode deixar de refletir sobre todas essas sensações, boas e ruins, que o amor nos impõe. Jean-Louis Trintignant coroa sua carreira de filmes românticos (“Un homme et une femme” e a continuação “Les Plus belles années d’une vie”) com um trabalho de inquestionável qualidade. Não por outra razão a obra foi premiada em dezenas de festivais, inclusive recebendo o Oscar e Globo de Ouro de melhor filme em língua estrangeira e o César por melhor filme.