“O Natal, crianças, não é uma data. É um estado de espírito.” (Mary Ellen Chase)
O amanhecer poderia ser visto pelas frestas do telhado, raios de sol entravam e brincavam no lençol branco. Era chegado o tão esperado dia! Os olhos mal conseguiram se abrir ao encontro da paisagem do quintal, que se descortinava à minha frente. Pássaros brincavam por entre árvores frutíferas, onde eu e meus irmãos, normalmente, disputávamos espaço nas brincadeiras do dia a dia. E eu, debruçado na janela, me perguntava: “- Será que ele virá?” A correria já se fazia presente, na pequena casa – os irmãos mais velhos se preparando para ir ao trabalho, todos terminando seu café. A mãe já na beira da pia, na pequena cozinha, tentando, ao imaginar o que poderia de tão poucos ingredientes, criar a nossa linda ceia de Natal. Mal sabia ela que eram tantos ingredientes ali naquela pequena pia de cozinha. Ingredientes na forma de seu sorriso, sua dedicação, seu amor, seu afeto, … Sua luta diária para nos alimentar! Ela nos alimentava, a partir de sua generosidade, não somente por nossos pequeninos estômagos. Ela nos alimentava de esperança, caráter, honestidade, bons exemplos… Tempos difíceis? Sim! Mas, ali na minha frente, o retrato concreto e sentimental, era da minha “MÃE NOEL”. Pessoas entravam e saíam pela porta da cozinha, que exalava o cheiro natalino vindo do fogão. E eu continuava a me perguntar: “- Será que ele virá?” As horas iam passando… A arrumação acontecia! Eu brincava, pulava entre as cadeiras, pisava na barra da saia da mãe, e namorava a linda árvore de Natal, que outrora fora um lindo galho de nossa jabuticabeira no quintal. O entardecer findava! As amareladas luzes começavam a iluminar o belo presépio, que nossa tão amada “MÃE NOEL” criou com tanta perfeição, no uso de papel, pedras, gravetos, e flores de tecidos. Flores de tecido que brotaram de suas habilidosas mãos, que garantiam a seiva do amor à nossa família. Que ansiedade! Ansiedade aumentando e eu fitando o menino Jesus em sua manjedoura. E eu continuava a me perguntar: “- Será que ele virá?” Todos os familiares reunidos na casa; roupas que anunciavam festa. A tão esperada noite trazia, como enfeites, os olhos brilhantes de todas as crianças de nosso tão pequenino lar. E a noite de Natal, então, era realidade! Fui ao quarto, me debrucei na janela, onde vi os pássaros. Fitei o céu estrelado e mais uma vez me perguntei: “- Será que ele virá?” Todos se abraçavam, sorriam, comiam, bebiam! Os papéis dos presentes no chão, rasgados pelos irmãos, primos, parentes enfim. A “MÃE NOEL” está radiante em ver seus rebentos sorrindo e felizes. E eu, ainda na janela olhando o céu, me perguntava: “- Será que ele virá?” A festa acabou! O dia chegou ao fim! Todos já em seus respectivos aposentos. Vesti meu pijama, deitei-me na cama e adormeci. Sonhei então com meu “PAPAI NOEL”, que, abraçando-me, me dizia: “- Filho amado! Hoje, toda vez que você se perguntava “será que ele virá?”, eu lhe tentava dizer: “- Nunca deixei de estar com você!” Feliz Natal, meu filho!!!!”
Juliana, a semana do natal foi planejada com este espírito. Convidamos você a ler os outros textos desta semana. Obrigada pela sua participação. Continue nos seguindo e compartilhe com os seus amigos.
Simplesmente… maravilhoso..me fez chorar
Sueli, nós também ficamos bastante emocionados ao ler o texto. Vamos encaminhar seu comentário ao autor. Continue nos seguindo e, obrigado!
Maravilhoso texto!!! De uma sensibilidade ímpar, retratando mtas famílias,que a figura apenas da mãe se destaca. Adorei.
Patrícia, o natal nos traz esse espírito, não é mesmo? Seu comentário será encaminhado ao autor. Obrigada por nos seguir!
Lindo e sensível. Captura a cena natalina em sua essência. E o amor incondicional de uma mãe.
Juliana, a semana do natal foi planejada com este espírito. Convidamos você a ler os outros textos desta semana. Obrigada pela sua participação. Continue nos seguindo e compartilhe com os seus amigos.