“Como são numerosas as coisas de que não preciso.” (Sócrates)
Fim de ano aí! Na portinha! Está na hora daquele “faxinão” em casa, né? Tirar tudo do lugar, esvaziar os armários e ver o que é para jogar fora e o que dá para doar. E, no final dessa faxina, você, e muitos outros, acabam descobrindo que quase tudo voltou para os armários. Por que??? Desapega! Isso é comum, mas não deveria. Ao longo da nossa vida, acumulamos coisas que não deveríamos! Copinho de aniversário, chaveiros, brindes, canecas de lembranças de viagens, papéis, papéis … e papéis. Aff!, E mais papéis!. Eu, nessa hora, sempre me pergunto como posso ser um acumulador nível 10. Não seria melhor, ao longo da vida, evitarmos esses hábitos? Por exemplo, não pegar lembrancinha nas festas e que não tem utilidade – Ai meu Deus! É desfeita?!. Não! Não é! Mais, recusar brindes sem finalidades (continua não sendo desfeita, tá?), evitar comprar por impulso (deixe o cartão de crédito em casa, ou melhor, nem tenha!) e sempre, SEMPRE, dar o que não usa e não serve mais (com uma certa consideração se ainda é útil para alguém). Nessa era da modernidade e da conscientização sobre sustentabilidade uma nova moda está pegando, e que se incorpore na sociedade. É o minimalismo! Essa ideia consiste em você ter bem menos objetos e bens do que o moderno consumismo nos doutrinou a ter. Eu, particularmente, gosto da vertente de que os participantes do minimalismo tenham apenas 333 itens na vida. Como assim? Eu explico: 1 underwear + 1 calça + 1 camisa + 1 par de meias + 1 tênis já significam 5 peças (sem considerar acessórios até aí). 1 prato + 1 garfo + 1 faca + 1 copo já se somaram 9 itens. Deu para entender? Então comece a contar seus bibelôs, seus livros, CDs, DVDs e veja quanto sobra para fechar a conta. Lembre-se, tem que fechar nos 333 itens, tá?! Conheço um amigo que, só de quadro na parede da sala, já pontuou 332 itens. E agora? É aderir à ideia ou não. Simples assim!. Eu sei como é difícil se desapegar dos pertences, porque muitas vezes não é só matéria; são lembranças. E ficamos receosos de perder esses momentos no tempo. Por isso não jogamos fora, que dirá dar! A sensação, o cheiro, os detalhes ficam impregnados na memória que temos daquele objeto. Mas entenda, nada material vai com você na hora da morte, mas as lembranças sim. Vale lembrar aqui a lição de Eckart Tolle, quanto à necessidade que o homem tem de se encontrar nas coisas: ” Você pode valorizar as coisas e se preocupar com elas. Porém, sempre que se prender a esses objetos, saberá que se trata do ego. E nunca estará de fato atada a uma coisa, e sim a um pensamento que contém algo como “eu”, “mim” ou “meu”.” Não precisa ser radical e sair se desfazendo de tudo, uma vez que a renúncia de todos os bens não nos libera do ego imediatamente. Isso somente acontece quando deixamos de tentar nos encontrar nas coisas, como já falado. Saiba, então, ponderar o que é necessário e o que é supérfluo. O escritor minimalista Joshua Becker ensina o caminho: “Não carregue o que você não precisa. No bolso, em casa, no coração.” Simples assim! 333 itens são só para te fazer lembrar do que realmente importa. Então, não se preocupe em guardar nada! Viva, aproveite o momento, admire, sinta na pele, sinta o cheiro, use, mas não guarde; desapegue! Fique leve sem carregar nenhum peso extra e verá como a vida toma outro sentido. Já dizia Ludwig Mies van der Rohe: “Menos é mais”.
Autoria: Leonardo Campos
Autores citados: Sócrates, Eckart Tolle, Joshua Becker, Ludwig Mies van der Rohe