“Apenas em torno de uma mulher que ama se pode formar uma família.” (Friedrich Schlegel)
“Família a gente não escolhe!” – quantas vezes já ouvimos esta frase? Deixando de lado questões filosóficas e religiosas, que este tema possa suscitar, a verdade é que cada um tem a sua e você que aprenda a conviver com ela! Quase sempre o convívio familiar envolve desentendimentos, aborrecimentos, brigas, fofocas e muita confusão! Mas, é muito bom quando tudo isso vem acompanhado de uma boa dose de amor! Nas palavras de Luis Fernando Veríssimo, “a família não nasce pronta; constrói-se aos poucos e é o melhor laboratório do amor. Em casa, entre pais e filhos, pode-se aprender a amar, ter respeito, fé, solidariedade, companheirismo e outros sentimentos.” E, aí, começa a minha história. Me considero uma pessoa de bem, justa e correta. Mesmo quando eu erro – e eu erro muito, estou sempre tentando acertar. E sabe donde veio tudo isso? Dos meus pais – é claro! Eles me ensinaram: o certo e o errado, que nosso nome é nossa maior riqueza, que devemos fazer o bem e respeitar a todas as pessoas porque somos todos iguais. Assim é a minha família: nem melhor nem pior que nenhuma outra! Ela sempre foi a minha referência, o meu refúgio, o meu porto seguro, … E não pensem vocês que tudo são flores, porque nunca foi! Eu e meus irmãos crescemos aprendendo que os problemas sempre existirão, e que devem ser enfrentados, bem como, que, juntos, somos mais fortes. Amor e bom humor sempre andaram juntos na minha família! Pois bem, cresci, saí de casa e construí a minha própria. Quanto orgulho tenho dela! Dois filhos – “meus meninos” (e não importa quantos anos tenham), que, muito cedo, aprenderam a dor de perder o pai. Essa dor que nos uniu e nos fortaleceu ainda mais. Crescemos juntos! E, mais uma vez, aquele meu primeiro núcleo familiar esteve sempre presente. Sem aquela origem e parentes, teria sido muito mais difícil nossa história. Foram incansáveis e determinantes nessa nossa batalha. Muitos anos se passaram depois disso! As marcas permanecem em cada um de nós, mas, seguimos em frente. A lembrança e o amor permanecem conosco, em nossos corações, aonde quer que vamos. Hoje, vejo meus filhos, Rodrigo e Douglas, com 32 e 28 anos. São senhores dos seus destinos, batalhando e correndo atrás de seus sonhos. Minha maior realização! Meu amor maior! A certeza de que fiz a minha parte, repassando para eles não somente o que aprendi com os meus pais, mas também, tudo o que aprendi e apreendi com as minhas vivências. Meus meninos são pessoas de caráter, homens de bem, amorosos (com todos) e, sobretudo, felizes! Meus melhores amigos! E um melhor amigo do outro! Fraternidade real! Isso não tem preço! Não foi nada fácil. Nunca é! Ah, mas valeu muito a pena! Toda angústia, dúvida e incertezas que entremearam nossa trajetória foram vencidas. Nunca nos faltaram amor, esperança, orgulho e gratidão! Neste caminho, outras pessoas foram agregadas. Ganhei uma nora, que se tornou uma filha. Tivemos uma cachorra – uma labradora, que apelidamos carinhosamente de Mequinha, com quem conhecemos e dividimos um outro tipo de amor, tão puro e incondicional como aquele que sempre nos uniu. Ela partiu, esse ano, já velhinha, mas permanecerá sempre em nossas lembranças e em nossos corações. Não há como excluir “Mequinha” do nosso núcleo familiar. Agora, um novo tempo, no qual espero que, um dia, venham os netos… Mas, enquanto não vêm, sigo com uma missão muito importante: cuidar dos meus pais – já com certa idade e mais vulneráveis. E sou feliz em poder retribuir tudo o que me foi dado e repassado por eles. Estamos juntos, em mais essa empreitada, porque eu não estou e nunca estive sozinha. Tenho meus parceiros de vida! E, para ser muito justa, mas sem querer me alongar demais, preciso incluir, nesta história, outras duas pessoas que fazem toda a diferença na minha vida: minha irmã (parceiraça) e meu sobrinho, que, mais do que um afilhado, é um presente que a vida, generosamente, me deu. A vida segue! Segue com todas as suas dificuldades, mas sempre com muito amor e bom humor! As lições vêm de longe: “Observa o teu culto a família e cumpre teus deveres para com teu pai, tua mãe e todos os teus parentes. Educa as crianças e não precisarás castigar os homens.” (Pitágoras).