“Filosofar é como tentar descobrir o segredo de um cofre: cada pequeno ajuste no mecanismo parece levar a nada. Apenas quando tudo entra no lugar a porta se abre.” Ludwig Wittgenstein
Ainda que vivamos dias obscuros, que desenhemos cenários sombrios e tenhamos medo do bem sucumbir ao mal, a história da humanidade perpassa pela superação. Quantos momentos ruins não são lembrados pela arte, e, ao final, restam o talento do artista e a beleza da obra, mas se perde o fato retratado? Ao final, o bom prevalece e o bem também. Tolstói dizia que “a alegria de fazer o bem é a única felicidade verdadeira”. Porque, o mal e o mau se perdem em si, na ansiedade de se fazerem maiores e eternos, mas só geram um processo autofágico. E como isso se dá? Aprendemos com Lao-Tsé: “Pagai o mal com o bem, porque o amor é vitorioso no ataque e invulnerável na defesa.” Mas você perguntará: como fazer tal pagamento? Te digo, pela vibração positiva. Ela é suficiente? Talvez. Chega um momento em que a maioria, por não suportar mais o mal e o mau, vibra positivamente. Mas como ‘vibrar’ seria suficiente? Se entendermos o conceito do cérebro holográfico, a capacidade de comunicação do indivíduo com o Universo, o princípio do emaranhado quântico, …, a resposta estará dada. Vibrar nada mais é que sintonizar sua energia. Pense em um rádio procurando uma estação, seria você sintonizando sua energia, em meditação, com energias mais próximas às suas. Você quer sintonizar nos males ou na cura? A física quântica e seus experimentos só têm comprovado resultados que, no ocidente, reputamos como consequências da fé ou das coincidências, e que, no oriente, parecem mais óbvios, à luz do taoísmo. Assim, o filosofar, que pode mostrar aqueles mencionados dias obscuros, cenários sombrios e a força do mal, também possibilita o encontro do bom caminho para redenção e obtenção da vida boa. As artes, as religiões e as ciências também podem ser utilizadas para essa caminhada. E ainda que a solução seja coletiva, os passos são individuais em direção conjunta. Cada um vibra pelo bem querendo o bem de todos. O ato individual se torna um ato coletivo. E todos podem vibrar positivamente, independentemente de sua diversidade individual (etnia, religião, opção sexual, …), pois o foco é o bem comum da humanidade (visto encontros de meditação para equalizar a energia do planeta). Talvez seja esse o novo humanismo pregado por Luc Ferry. E nunca custa lembrar Frost: “As melhores coisas e as melhores pessoas nascem da diferença. Sou contra uma sociedade homogênea porque eu quero que a nata se eleve.” O nosso cérebro misterioso, a religiosidade do nosso amor ao próximo, a nossa moral de respeito ao outro, a nossa visão da raça humana una e interdependente, o reconhecimento de necessidade da sustentabilidade, …, todos juntos permitem que individualmente formemos o coletivo em prol do coletivo. Estamos prontos para isso? Espero que sim! Ou sucumbiremos! Sempre existirá o mal e o mau, pois nunca prevalecerá o maniqueísmo. Mas, eles receberão o tratamento que a sociedade entender por bem que a eles deve ser imposto pelo que representam e geram. Por isso, filosofar é importante, nem todas as respostas advirão, mas novos caminhos para as respostas se abrirão. “Não se ensina filosofia; ensina-se a filosofar” diz Immanuel Kant. Só assim, a humanidade poderá seguir sua caminhada. Só assim teremos verdadeiramente a manutenção existencial no ciclo do tempo. Esse mesmo conceito pode ser adotado para nossos caminhos individuais na busca da vida boa. O que nos satisfaz, nos contenta, nos realiza individualmente? Empreender, estudar, criar? Nossas escolhas exigem a vibração positiva que nos permitirá analisar entre tantas alternativas, bem como a adoção dos passos necessários como consequência dessas escolhas. Não se esqueça que não podemos transferir responsabilidades. O mundo é muito mais do que vemos e sentimos. O nosso conhecimento continua sendo muito pequeno independente dos avanços tecnológicos ocorridos. Há muito a se saber, há muito a se estudar, há muito a se entender, para que possamos ter uma vida boa, coletiva e individual. “Existe apenas um bem, o saber, e apenas um mal, a ignorância.” (Sócrates) Esse caminho do conhecimento é a nossa grande viagem, pois seu resultado pertencerá a todos sem chance de perda. Todo o resto, material, se perde, se esvai, se degenera.
Autoria: Fernando Sá e Leonardo Campos
Autores citados: Ludwig Wittgenstein, Tolstói, Lao-Tsé, Luc Ferry, Frost, Immanuel Kant, Sócrates