“… o hábito nocivo torna-se a norma de consenso.” (Pierre Weil)
Vivemos, na atualidade, em um círculo vicioso. Acordamos, trabalhamos, nos exercitamos, quando dá, cumprimos com as obrigações, tentamos descansar e voltamos a acordar, quando dormimos. Nesse entretempo temos ações de caráter automático e inconsciente! Já parou para pensar se alguma decisão, durante o seu dia, foi sua realmente ou se foi manipulada para que você entrasse em modo normático? Estar fora de moda, não estar atualizado e nem fazer tudo igual a todo mundo te deixa desconfortável? Mas o que realmente você faz por conta própria? Um happy hour que inclui bebida alcóolica é normal? Chegar em casa e ligar a TV é rotina? Hum?! E aquela dor de cabeça que te faz correr para o kit farmácia, isso é normal para você? Paga estacionamento em todo lugar que vai? Ah! Para! Cinema com pipoca e guaraná também é normal no seu “date”? Você usa expressões americanizadas por falta de vocabulário nacional? E ler? Se identificou com alguma coisa na sua rotina de hábitos? Pois bem, você, e a maior parte da humanidade, já entraram na patologia da normalidade, a normose. Ver um morador de rua e não se sensibilizar, achar que ‘político é tudo corrupto’, ‘com jeitinho tudo dá’, ‘bandido bom é bandido morto’, aquele remedinho que ajudou minha amiga para mim também serve, e assim por diante… Esses são pequenos exemplos de que você está vivendo de forma alienada e sem percepção da realidade. Peirre Weil, em ‘A mudança de sentido e o sentido da mudança’, diz que “quando todos estão de acordo em relação a uma opinião, atitude ou ação, forma-se um consenso que dita uma norma. Quando esta norma é adotada forma-se um hábito.” Discorda? Eu? Nem um pouco! Aliás, já entramos em uma nova era de cibernose, em que não vivemos sem os computadores e a tecnologia. No seu último livro “Origem”, Dan Brown aborda um novo reino na natureza chamado Technium que abrange toda tecnologia no planeta, desde pernas mecânicas a nanotecnologia na área da saúde. Isso já deixou de ser um futuro distante e se tornou um presente normal. Vivemos em uma neurose do paraíso perdido, esperando um relacionamento perfeito, um emprego ideal, uma amizade verdadeira, a religião que garanta o perdão e, assim, nos vemos na fantasia da separatividade. Não nos damos conta de que tudo está interligado e responsabilizamos terceiros por nossas frustrações. Não percebemos a interação de nossas ações como parte do todo. E com isso, acabamos nos encontrando novamente em um ciclo vicioso de normose. Saímos para comprar, beber e extrapolar os limites pois precisamos disso para relaxar e extravasar. Será mesmo? Eu procuraria uma normaterapia para diluir e deixar para trás toda normalidade da minha vida. Prefiro ir na contramão! Como Raul Seixas já exemplificava: “Eu prefiro ser essa metamorfose ambulante, do que ter aquela velha opinião formada sobre tudo.” Normal pra mim é não ser normal.
Autoria: Leonardo Campos
Autore citados: Pierre Weil, Dan Brown, Raul Seixas.
Gosto muito de identificar o diferente, mas não concordo que eu deva ser isto ou aquilo. Sou o que sou independente do normal ou do diferente.. Quem vê o externo quer ser um ou outro.
Gosto muito de identificar o diferente, mas não concordo que eu deva ser isto ou aquilo. Sou o que sou independente do normal ou do diferente.. Quem vê o externo quer ser um ou outro.
Autenticidade é o caminho. 🙏😉