Com a crise econômica de meados da primeira década deste século, o governo francês criou o Conselho de Análise da Sociedade, para estabelecimento de uma Política de Civilização. O Conselho formado por notórios franceses contou com o filósofo e ex-Ministro da Educação Luc Ferry. Ferry traz, neste livro, a análise para o desenvolvimento de tal política. Se as propostas não são próximas ao cenário brasileiro, certamente a análise (i) do que mudou em decênios neste novo mundo globalizado, (ii) do que está destinado a mudar ao longo dos próximos anos, (iii) de como se preparar a médio prazo para essa mudança, é brilhante. A realidade: uma crise, que foi econômica e financeira, e que envolveu o sentido da vida comum nas sociedades, cujo único horizonte já não pode ser o de consumo. Uma revisão dos conceitos e das posições históricas dos movimentos de direita e esquerda também é objeto da análise. Não há mais respostas exclusivamente técnicas, pois se precisa pensar em termos de civilização. E é urgente reforçar a igualdade social, mas igualmente as solidariedades reais, no seio da família, entre as gerações, na empresa. Pois são elas e apenas elas a dar hoje um significado à existência cotidiana. E toda a análise só saiu fortalecida pela situação atual e superveniente, da pandemia, como se poderá depreender da leitura desta obra.